sábado, 19 de abril de 2014

The Legends - "Up Against the legends"


Artista: The Legends
Álbum: Up Against The Legends
Ano: 2004
Produtor: boa pergunta.
Parece com: Engineers, Joy Division, My Bloody Valentine, Melody's Echo Chamber

Comentários do blogger: Uma das minhas esquisitices é curtir bandas de indie pop suecas. Sim, ache o que quiser disso, o fato é que tem várias coisas bacanas vindas de lá e uma delas é o The Legends. Essa é uma banda em que internet não provê muitas informações além de onde veio, alguns integrantes, e algumas aparições. Não tem problema, esse álbum de estreia é fenomenal.

Misturando uma pegada de shoegaze clássico - guitarras distorcidas e reverberadas, vozes aéreas e baixos bem presentes - e pop de rádio, em "Up Against The Legends" impressiona por ser leve num estilo que, a princípio, não abre essa possibilidade. Não é o meu sueco predileto, mas é, sem dúvida, uma boa introdução.

Tenta essas: "Call it Ours", "Right On" e "When the Day is Done".


sábado, 12 de abril de 2014

Haim - "Days are Gone"


Artista: Haim
Álbum: Days are gone
Ano: 2013
Produtor: James Ford
Parece com: Chvrches, Foster the People, Phoenix

Comentários do blogger: O trio família da California vale o entusiasmo e o hype todo em torno delas. É um pop extremamente suave, com pegada de rock, clima californiano suave, além de flertes na pista de dança. A combinação conquistou o respeito do público - chegando a estreiar em primeiro lugar no Reino Unido, barrando Justin Timberlake e afins -, e encabeçando as diversas listas de melhores de 2013.

Tudo bem que assim, uma das meninas era da banda do Julian Casablancas, o produtor é o mesmo de Suck it and See e do AM, do Arctic Monkeys e mais uma pancada de fatores que ajudam o boom...eu não tenho medo de gostar do pop. Se você tem um pouco a síndrome de hipster, vale a pena guardar um pouco e escutar esse excelente primeiro álbum.

Tenta essas: "Falling", "Forever", "Don't Save Me".

E a vontade de colocar Hanson no "parece com"?!

segunda-feira, 31 de março de 2014

(Um) Guia para o Lolla - pt.2

Uma coisa a gente pode dizer sobre esse Lolla: a distribuição dos dias foi meio problemática. Não que o domingo, dia 6, seja ruim, veja bem. A diferença aqui é que as atrações principais são bem menos óbvias - ou comercialmente viáveis -, o que explica bastante a baixa demanda por ingressos.
Mas você comprou o ingresso por causa do Arcade Fire ou do Soundgarden e não sabe o que fazer além de ir de ~terno~ ou com sua camisa flanela? Bom, essa parte dois é pra você. 

Vamo nessa?

DOMINGO - 6 DE ABRIL


A primeira banda do dia, como de costume, é brasileira, e são os gaúchos do Apanhador Só. Ao contrário do dia anterior, que já começou com uma pegada mais puxada pro rock, os sulistas apostam num som mais experimental, tirando som de coisas inusitadas - tipo uma roda de bicicleta. É, pois é. 

Pra conhecer: "Um rei e o Zé", do excelente disco de 2010, Apanhador Só. 



A disputa seguinte é entre Raimundos e Brothers of Brazil, banda do papito. A banda do Suplicy Jr., por incrível que pareça, é bem divertida, combinando o ~~punk~~ do quarentão mais bizarro do país com um samba puxado pelo irmão, João Brasil. Pode ser algo surpreendente. Ou no mínimo bizarro. Ou pelo menos tem o Supla. 

Pra conhecer: "Samba Around the Clock", do disco Punkanova. 



Raimundos, por outro lado, é sempre uma pedrada. A pegadinha aqui é a seguinte: se já viu um show deles, já viu todos. Se ainda não viu e quer começar o festival numa senhora rodinha, corra pra lá. Se tem mais de 16 anos e mora num raio de 50km de Brasília, vai tomar uma cerveja que eles voltam pra cá mais umas 3 vezes até o final do ano. 
Pra conhec... ah, quem não conhece Raimundos?! 

O Johnny Marr, ex-Smiths, é o próximo da fila. Tem pouco o que se dizer sobre ele, a não ser que seu (bom) disco novo é praticamente ignorado no meio de um mar de covers da antiga banda. Então, é basicamente um cover de luxo dos Smiths - sem o Morrisey. 

Pra conhec... ah, quem não conhece Smiths. 

Logo depois, vem a Ellie Goulding que faz um show bem competente, até. Mas não é nela que vou me prender muito, porque antes do final do show da britânica começa o show das gurias do Savages no palco alternativo. Elas lançaram seu debut em 2013, o Silence Yourself, e têm um show super elogiado lá fora. É bem verdade que o horário não cai muito bem, mas vale conhecer. Com certeza vai ser bem mais visceral que o pop mais bem embalado da Ellie Goulding.

Pra conhecer, "She Will", do Silence Yourself.



Ah, tem o Vampire Weekend, né. Então, tem quem goste do som dos caras - e verdade seja dita, o Contra é até legal -, mas com um disco recente chatíssimo, o Modern Vampires of the City, do ano passado, mais vale ver as gurias do Savages e depois correr pra ver o Pixies de perto.

Pra conhecer: "Giving up the Gun", do Contra, de 2009. 


Falando em Black Francis e cia., tá aí o primeiro show imperdível do dia. Mesmo com o desfalque da Kim Deal, os caras andaram soltando várias músicas novas em uma série de EPs nos últimos meses. Além disso, a banda acabou de soltar o Indie Cindy, primeiro LP em 23 (!!) anos. E olha só: tá MUITO bom. Músicas novas dignas e clássicos garantidos, num show longo e abrangente. Imperdível.

Pra conhecer: pra não cair no clichê e colocar a CLÁSSICA "Where is my Mind", vai "Hey", tocada pra um público INSANO no SWU de 2010. Saudades, SWU. 

Gostou? 
Procura a discografia toda, principalmente o Doolitle e o Surfer Rosa. 

Soundgarden e Jake Bugg: a disputa que separará os grunges dos indies e hipsters. O moleque britânico lançou no ano passado o excelente Shangri La, mas sofre do chamado "mal de Arctic Monkeys", que é ter um baita repertório, mas ter um show morno. Vale a experiência pelo potencial do garoto, que toca MUITO e é um baita compositor.

Pra conhecer: "Two Fingers", do debut. 



O Soundgarden, por outro lado, vem na turnê de divulgação do King Animal, o bom disco de retorno do quarteto pós-hiato. Entretanto, Chris Cornell e cia. andam tocando muito mesmo o Superunknown, seu maior acerto. Àqueles que têm alguma reserva com a banda mais low-profile do grunge, vale dar uma chance. 

Pra conhecer: "Spoonman", do Superunknown, um dos melhores riffs criados no grunge.



Sobre o New Order, apenas uma nota rápida: coitados por tocar ao mesmo tempo do Arcade Fire. Bernard Sumner merecia um horário menos competitivo.

O show do Arcade Fire é um dos melhores do mundo, hoje. Não tem o que falar além disso. Com 3 discos excelentes lançados e divulgando o bom Reflektor, a banda fará o grande show da noite, indubitavelmente. Vá sem medo e fique até o final. Se não se emocionar com "Wake Up", rapaz, tá bom de procurar um psicólogo.

Pra chorar: "Wake Up". Porque sim. 



E é isso por esse Lolla. É sempre bom lembrar que o legal de festivais é ir de cabeça aberta e se deixar surpreender. A ideia desse guia não foi de dizer o que é melhor ou pior (tá, foi um pouco, mas nesse blog não compramos essa de ~~neutralidade~~), mas de dar dicas de shows legais e que poderiam ser ignorados. 

Até mais e bom festival!







sábado, 29 de março de 2014

Mystery Jets - "Serotonin"


Artista: Mystery Jets
Álbum: Serotonin
Ano: 2010
Produtor: Chris Thomas
Parece com: The Maccabees, Peace, The Beatles.

Comentários do blogger: Transporte-se para um sábado ensolarado, cheio de energia e com doses controladas de psicodelia. Esse quarto trabalho do Mystery Jets soa exatamente assim: como uma salvação aos dias desanimados, previsíveis e melancólicos da semana.

Os ritmos se inserem no ideário pop rock, refrões para serem cantados em grandes festivais e estádios lotados, a instrumentação e arranjos ensaiam uma retomada das viagens de LSD dos Beatles (não é por menos, Chris Thomas esteve na produção do icônico White Álbum do Fab Four). O resultado é um fechamento com chave de ouro da primeira década do milênio.

Tenta essas: "Too late to talk about it", "Show me the light" e "Melt".


Essa música é de arrepiar, cara.

quarta-feira, 26 de março de 2014

(Um) Guia para o Lolla - pt. 1


Então chega aquela época mágica do ano em que ficamos ansiosos e contamos os dias para a chegada de mais um Lollapalooza (não, este post não é patrocinado - mas bem que poderia ser, hein, Perry?). Entretanto, junto com a empolgação, é normal ficar meio perdido com tantas atrações. Então: comprou o ingresso no hype, mas só conhece uma ou duas bandas e tem medo de não saber o que esperar dos shows? Esse guia é pra você!

A ideia aqui é mostrar a quantas andam as turnês de algum dos artistas que virão, quais os choques de horário (com dicas de qual seria a melhor escolha, na opinião deste que vos escreve) e apresentar a discografia indispensável das principais atrações - e a que será a base do repertório dos mesmos.

Prontos?

SÁBADO - 5 DE ABRIL


O melhor dia, e o mais cheio também. A função de abrir o festival ficou com as Vespas Mandarinas, banda de São Paulo que lançou seu debut ano passado, chamado Animal Nacional. O lance aqui é um pop rock divertido e despretensioso. Além disso, foi confirmado que os caras da Vivendo do Ócio devem fazer uma participação no show (Chuck Hipólitho, guitarrista e vocalista das Vespas produziu boa parte de O Pensamento é um Ímã, disco de 2012 da Vivendo do Ócio). 

Pra conhecer: "Cobra de Vidro", do disco Animal Nacional.


Gostou? Procura O Pensamento é um Ímã, da Vivendo do Ócio.

Antes do final do primeiro show, começa o show do Silva, que lançou um dos melhores discos de 2012, Claridão. A vibe aqui é completamente diferente, muito mais experimental. Uma boa pedida pra quem tá com a cabeça aberta.

Pra conhecer: "Claridão", do disco homônimo.



Logo depois, começam as atrações internacionais. Primeiro vem o duo Capital Cities. A turnê é a do disco In a Tidal Wave of Mistery, que aposta pesado em um indie pop dançante e grudento. Como show, pode ser uma boa pra contrabalancear o ar mais alternativo do Silva. O hit "Safe and Sound" é presença confirmada.

Pra conhecer: o hit obrigatório "Safe and Sound"



Larga tudo que está fazendo e preste atenção: o primeiro show imperdível do Lolla é esse: Cage the Elephant. A banda, que já recebeu elogios do (e já tocou com) Dave Grohl, anda divulgando seu último - e imperdível - disco, Melophobia. A porradaria do começo da banda pode ter ficado um pouco pra trás no disco, que investe mais numa onda psicodélica e setentista, mas o show é de uma visceralidade imperdível. 

Pra conhecer: "In one ear", do disco Cage the Elephant, de 2008. 


Gostou? Escuta o Melophobia. 

O Julian Casablancas anda divulgando seu disco novo ainda não lançado, então não tem como saber muito bem o que esperar. Se seguir o seu primeiro cd solo, pode ser o caso de esperar ele tocar "Instant Crush", da parceria com o Daft Punk, e ir tomar uma água e dar uma volta. 

O primeiro choque de horários complicado fica na briga entre Portugal The Man e Imagine Dragons. A primeira lançou um dos melhores discos de 2013, Evil Friends, e, apesar da timidez de seu líder e vocalista, tem feito shows muito elogiados por aí. 

Pra conhecer: "Modern Jesus", do disco Evil Friends, de 2013.



Imagine Dragons, por outro lado, lançou um disco bem mediano, o ora-divertido-ora-pretensioso Night Visions.O show dos caras é por aí, também. Espalhafatoso, barulhento e cheio de hits. O problema é ter que aguentar a penca de baladas mela-cuecas que sobram no disco, entre uma "Radioactive" e outra "On The Top of the World". Se quer conhecer algo novo e que dificilmente veremos com frequência, procure a primeira banda. Caso queira uma balada das boas em que seja possível conhecer mais de duas músicas, a segunda (boy) banda pode ser a melhor saída.

Não conhece? Sério? Então escuta a melhor do disco, "Amsterdam".



O segundo embate ocorre entre Phoenix e a Lorde. Convenhamos, o Phoenix nunca fez nada de bom além do Wolfgang Amadeus Phoenix (que, mesmo sendo bom, gira todo em volta da fórmula que fez de "Lisztomania" um hit). O último disco da banda, Bankrupt! passou batido. Mesmo assim, é bom lembrar que os shows dos caras são super elogiados e pode ser uma grata surpresa. 

Pra começar (e acabar): "Lisztomania", do Wolfgang Amadeus Phoenix

A Lorde, por outro lado, lançou um baita disco em 2013, o Pure Heroine. Mesmo sendo possivelmente o ponto mais pop do festival, a guria deve fazer um show focado em minimalismo e arranjos econômicos, certeiros pra sua música. Então, se quiser pular e bater cabeça, Phoenix pode ser a escolha; mas se preferir um repertório mais interessante e um show mais relevante no cenário musical atual, fique com a Lorde.

Pra conhecer, fuja um pouco de Royals e experimente "Biting Down", que faz parte do repertório e que ela costuma tocar com frequência.


Antes de falar dos headliners, fica a dica caso alguém não suporte Nine Inch Nails (ó, senhor, eles não sabem o que fazem): O show da Nação Zumbi é uma experiência ÚNICA. O manguebeat dos pernambucanos continua mais atual do que nunca, e os caras sempre fazem shows memoráveis.

Mas então, se você não é doido(a), não perca o show do Nine Inch Nails. Vai ser a segunda vez (e, pelas vendagens do show solo do Rio, vai ser difícil vê-los de novo tão cedo) que a trupe do Trent Reznor vem pro Brasil. A turnê atual divulga o excelente Hesitation Marks, mas como a obra seminal da banda, The Downward Spiral, faz 20 anos em 2014, é possível esperar algumas surpresas interessantes no setlist. Outro ponto legal é que a banda atual anda dando uma pegada mais orgânica na execução das músicas. A turnê americana, por exemplo, contou com o Pino Palladino (John Mayer Trio) no baixo e com a Sharon Jones (Rolling Stones) nos backing vocals. Não é pouca coisa, não. Não bastasse isso tudo, o aspecto visual deve ser um baita atrativo, com uma iluminação caprichada. Se há um show imperdível nesse festival todo, é esse. NÃO PERCA!

Pra conhecer: Toda a porradaria de "Head Like a Hole". 


Gostou? Escuta o Downward Spiral, de 1994. E todo o resto. Não tem erro.

O último embate da noite fica entre Muse e Disclosure. Aqui é bem simples: quer um (baita) show de rock, vá para o Muse. Quer uma balada eletrônica de primeira, Disclosure. É bem verdade que o Muse veio no ano passado e que o último disco da banda, The 2nd Law, não é o maior dos incentivos pra vê-los ao vivo, mas, como diria o Optimus Prime, there's more than meets the eyes (sim, esse blog também tem referências nerds, deal with it). 

Pra conhecer o Disclosure. "F for You", do único disco do duo, Settle.



O Muse só fará 3 shows no ano: o solo de São Paulo, o Lolla e o Coachella, nos EUA. Ou seja, não há muito como saber o que pode vir a rolar no show. A banda andou trabalhando em músicas novas recentemente, então sempre rola a possibilidade de uma surpresa à la Queens of the Stone Age no ano passado. Além disso, esses shows andam cotados pelos fãs como uma possível turnê de aniversário de 20 anos da banda. Se isso se confirmar e Matt Bellamy e cia. focarem o repertório nos discos antigos, aí, rapaz, pode ser facilmente o melhor show do festival. Música pra isso eles têm.

Pra conhecer e que vai tocar no show: "Knights of Cydonia", do disco Black Holes & Revelations.


Gostou? Vai atrás do Absolution, de 2003, e do Origin of Symmetry, de 2001.

E é isso pelo primeiro dia. Aguardem que logo sai a parte dois desse guia estrogonoficamente excelente. 

Até mais, e boa música!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Jagwar Ma - "Howlin"


Artista: Jagwar Ma
Álbum: Howlin
Ano: 2013
Produtor: Ewan Pearson
Parece com: Primal Scream, Cut Copy, Classixx

Comentários do blogger: Não tem mais como, o indie rock se afasta cada vez mais de suas características dos anos 2000, e aquela pegada Strokes e Libertines vai sumindo cada vez mais. O espaço agora é daqueles que conseguem se utilizar de elementos da música eletrônica e do dance.

O álbum de estreia do duo australiano já saiu badaladíssimo, com música no FIFA13 e agradando críticos de revistas que normalmente divergem - Mixmag e NME gostando?! Isso só se deu pelo fato desse ser um trabalho que dialoga muito bem entre o universo indie rock e a eletrônica.

As músicas são contagiantes!

Tenta essas: "What Love", "That Loneliness" e "Did you have to"


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Lulina - "Cristalina"


Artista: Lulina
Álbum: Cristalina
Ano: 2009
Parece com: Mamonas Assassinas, Mombojó e Junio Barreto

Comentários do blogger: Não, você não leu errado o "Parece com". Direto de Olinda, o charmoso sotaque de Lulina é porta-voz de histórias divertidas, leves, infantis, e as vezes absurdas sobre questões cotidianas. Passeando entre a acidez e a ironia, e de vez em quando na simplicidade de uma criança, a descontração domina a maior parte do álbum.

Diferente dos Mamonas, o humor dela é mais delicado, com arranjos que hora lembram Mombojó e outras figuras da (ótima) cena pernambucana. Portanto, não ache que é um cd bobinho, apesar das boas risadas que eu espero que você dê.

E ah, o show dela é excelente! Se tiver a oportunidade, não perca.

Tenta essas: "Nós", "Do you remember Laura" e "Meu príncipe".


sábado, 8 de fevereiro de 2014

Everything Everything - "Arc"



Artista: Everything Everything
Álbum: Arc
Ano: 2013
Produtor: Daniel Kosten
Parece com: Grizzly Bear, Animal Collective e Yeasayer.

Comentários do blogger: O que mais me frusta em bandas como o Grizzly Bear é que, muitas vezes, eles confundem delicadeza com falta de tesão. Acabam justificando a fama dos "indies" de seres frígidos e sofridos. Na verdade, possuem capacidade para fazer músicas maravilhosas, mas as vezes falta um pouco de pegada, de ligar no 220 volts.

Este trabalho do Everything Everything é, ainda que dentro dessa vertente de rock alternativo e eletronica, um contraponto. Muita energia, som cheio e detalhes que fariam o pessoal do Animal Collective passar inveja (eles trabalham muito bem o jogo de guitarras, teclados e, principalmente, vozes). 2013 foi um ano melhor porque esse álbum foi lançado.

Tenta essas: "Cough Cough", "Torso of the Week" e, para não dizer que os caras não conseguem fazer baladinhas "Armouland"


!!! - "Thr!!!er"



Artista: !!! (chk chk chk)
Álbum: Thr!!!er
Ano: 2013
Produtores: Jim Eno, Jas Shaw e Patrick Ford
Parece com: Daft Punk, Metronomy, The Rapture

Comentários do blogger: Os nomes da banda e do álbum podem até ser complicado mesmo, mas a fórmula indie pop dançante com certeza passou longe de ser assim no quinto trabalho desse grupo.

Se você curte esse esquema meio groove e dance e eletrônico - como o hit de 2013 "Get Lucky", do Daft Punk -, sugiro fortemente que escute esse álbum. A pegada é a mesma: mistura de pop com funk, só que um pouco menos dentro da fórmula para se ganhar Grammys e ser o primeiro das rádios. Se não curte essa vibe, dê pelo menos uma chance ao !!!. 

Eu não queria escrever assim, mas essa talvez seja a versão hipster do Daft Punk. Tão boa quanto.

Tenta essas: "One girl/one boy", "Except death" e "Station (meet me at)".


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Warpaint - "Warpaint"


Artista: Warpaint
Álbum: Warpaint 
Ano: 2014
Produtor: Flood
Parece com: Massive Attack, Beach House


Comentários do blogger:
Uma das maiores dificuldades em falar do segundo disco das garotas do Warpaint foi pensar em bandas parecidas. Foi difícil, inclusive, lembrar do primeiro disco (que, confesso, não dei muita atenção).

Com Warpaint, a evolução da banda é nítida. É possível ouvir ecos de Massive Attack nas atmosferas criadas e de Beach House no minimalismo adotado. Falando em minimalismo, a sacada de jogar os sintetizadores pro background e usá-los mais como ambiência se mostrou muito acertada.

A produção também foi certeira. Timbres de baixo impecáveis e atmosferas intrigantes, mas com um groove inesperado. Bem verdade que a segunda metade do album desacelera um pouco demais, mas nada que comprometa um disco tão bom. 

Tenta essas: "Love is to die", "Biggy", "Drive".


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Revisite: Outkast - "Stankonia"


Artista: Outkast
Álbum: Stankonia
Ano: 2000
Produtor: Earthtone III
Parece com: Kanye West, Eminem, A Tribe Called Quest.

Comentários do blogger: Pode não parecer, mas 2000 já foi há 14 anos. Olhando já com alguma perspectiva histórica e em face da volta do Outkast como headline no Coachella, vale a pena revisitar um dos álbuns mais influentes do hip-hop.

Sim, por introduzir uma roupagem pop ao gênero, que passou os anos 90 sem dominar as paradas como se percebeu nos anos 00 e atualmente. O que seus sucessores não absorveram foi a qualidade da produção, a sensibilidade de cada faixa e a continuidade da concepção de um álbum como peça única (e não somente um conjunto de música).

Obrigatório para quem gosta de hip-hop. Indicação fortíssima para quem quer começar a ouvir o gênero.

E sim, é a banda do "Hey Ya!" sim. Mas isso num tem nada a ver.

Tenta essas: "Ms. Jackson", "We luv deez hoes" e "Xplosion".


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

PEACE - "In Love"


Artista: PEACE
Álbum: In Love
Ano: 2013
Produtor: Jim Abiss
Parece com: Tame Impala, Stone Roses, Foals e Palma Violets.

Comentários do blogger: Considerado um dos lançamentos do ano, o álbum de estreia do PEACE é um suspiro de renovação do famoso rock inglês. Eles não ficam muito cheio de voltas e tentando inventar muito, como bons ingleses, eles simplesmente tocam.

Mas isso não quer dizer que PEACE seja mais uma banda de rock burro, daquele já desgastado "é rock'n'roll porra". Eles trabalham com timbres semelhantes ao Tame Impala, presença do Palma Violets e do Foals, e tem um quê romântico a la Stone Roses. Vale muito a pena.

Ah, e outra coisa bacana que eles fazem é usar mais de uma voz nas músicas; tem tempo que não vejo as bandas explorando essa parada de backing vocal.

Tenta essas: "California Daze", "Higher than the Sun" e "Lovesick".


domingo, 12 de janeiro de 2014

Akron/Family - "Akron/Family"

Artista: Akron/Family
Álbum: Akron/Family
Ano: 2005
ProdutorMichael Gira
Parece com: Fleet Foxes; Balmorhea; Do Make Say Think; Bill Callahan


Comentários:
Isso já faz algum tempo, mas me recordo da ocasião com uma rara nitidez. Acordei, sem sono nem disposição, num desses domingos abafados do verão brasiliense e, conduzida pelo hábito à frente do computador, pus-me a escutar alguma coisa dos Akron/Family, banda de que nunca ouvira falar, mas que por algum motivo jazia nos meus arquivos. Já na primeira faixa do álbum autointitulado, pimba!, fui fisgada.
Talvez esse seja o disco ao qual eu recorra com mais frequência nos momentos em que preciso me sentir distante da correria do mundo e livre da rotina de casa. É ele que me afasta do ruído dos automóveis lá embaixo, e também da voz fraterna contígua relatando a roupa caída do varal, o almoço sem sal, a toalha úmida em cima da cama.
Sim, o álbum tem um inequívoco matiz introspectivo, o que fica claro não só pelos arranjos, mas também pelas palavras, que merecem igual atenção. No mais, o intuito de classificá-lo em um gênero, a fim de situar o leitor, levou-me à remissão ao lo-fi e ao folk, mas não posso deixar de lembrar que, aqui, estão quase sempre presentes as experimentações e os improvisos.
Embora cada faixa tenha o seu charme particular, a análise do álbum como um todo me traz a impressão de que, da primeira à quinta faixa, opera-se uma lenta e gradativa tarefa de tornar o ouvinte mais leve, quiçá renovado. Ao chegar à sexta canção, Running, Returning, alcança-se enfim o ápice da obra, que me faz irremediavelmente invadida por uma sensação de libertação genuína - por isso, recomendo-a sem pestanejar aos afeitos a corridas ou pedaladas. Daí pra frente, o ouvinte é reconduzido, dessa vez já em um estado de espírito inteiramente distinto, a um segundo momento de renovação - diverso, pois, daquele produzido pelas faixas introdutórias. Finda a experiência, é como se fosse apertado o botão de reset.
Tenta essas: Pra começar, recomendo a já supracitada Running, Returning, e também Before and AgainLumenAfford.



sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Revisite: Pure Reason Revolution - "The Dark Third"




Artista: Pure Reason Revolution 
Álbum: The Dark Third 
Ano: 2006 
Produtor: Paul Northfield 
Parece com: Pink Floyd, Porcupine Tree e Muse


Comentários do blogger:
Deve ser fácil notar pelas bandas parecidas que falaremos de um disco de rock progressivo (inclusive, já estou pensando na cara de pasmo do Caique nesse momento). Mas não é um só um álbum esquecido, e sim um dos melhores discos do gênero lançados na última década. 

The Dark Third - referência ao terço de nossas vidas que passamos dormindo (menos se você fizer engenharia, dizem) -,produzido por Paul Northfield, que já trabalhou com gente como Rush, Porcupine Tree (na obra-prima In Absentia) e Dream Theater, se mostra brilhante do começo ao fim. O disco é rico em texturas sonoras que flertam com o eletrônico e com paisagem sonoras amplas, mas com um pé no rock alternativo atual (os riffs de Bullitts Dominæ e Bright Ambassadours of Morning não devem nada aos criados por Matt Bellamy). Para coroar tudo, a dupla de vocalistas Chloe Alper e Jon Courtney executa um trabalho nada menos que impecável de harmonias.

Mesclando o que há de mais moderno no prog com influências de clássicos do gênero, The Dark Third é um dos discos mais revolucionários lançados na última década - e que foi injustamente ignorado. Os lançamentos seguintes da banda seguiram em outra direção, mais eletrônica, mas, embora bem-sucedidos em suas propostas, não chegaram ao nível do debut. A banda, infelizmente, encerrou as atividades em 2011, mas The Dark Third merece ser conhecido por todos os amantes não só do gênero, mas de música.  

Um disco complexo e acessível ao mesmo tempo. Largue os preconceitos de lado e confira.

Tenta essas: "Bullitts Dominæ", "Goshen's Remains" e "Bright Ambassadours of Morning".


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Bosnian Rainbows - "Bosnian Rainbows"



Artista:
Bosnian Rainbows 
Álbum: Bosnian Rainbows 
Ano: 2013 
Produtor: Johann Scheerer 
Parece com: Beach House,Björk e PJ Harvey.


Comentários do blogger:
Das cinzas do The Mars Volta e do At The Drive-in, que tinha voltado para uma última turnê, apareceu esse projeto paralelo do guitarrista Omar Rodriguez-Lopez - e não poderia ter sido uma surpresa maior.

Quem esperava a porra-louquice progressiva do Mars Volta e as pirações do At The Drive-In se surpreendeu com um album que flerta com o dream pop, o indie e o rock alternativo, mesmo com a característica guitarra de Rodríguez-Lopez se fazendo muito presente. Aqueles que foram de cabeça aberta se deparam com um dos discos mais surpreendentes do ano, rico em texturas e composições fantásticas (Morning Sickness e Turtle Neck são duas das melhores músicas do ano, facilmente).

Um dos melhores discos de 2013 e que, infelizmente, passou quase despercebido. Dê uma chance e descubra.

Tenta essas: Worthless, Turtle Neck e Morning Sickness.

Here We Go Magic - "A Different Ship"




Artista:
Here We Go Magic
Álbum: A Different Ship
Ano: 2012
Produtor: Nigel Godrich
Parece com: The Maccabees, Radiohead, Bear in Heaven.

Comentários do blogger:
Essa banda com certeza é mais uma daquelas que não sabemos ao certo porque não é mais conhecida, ou porque não apareceu nas listas de melhores de 2012. Independente disso, ela é excelente e sempre recomendo aos meus amigos (até resenhei em blog de outrora).

Trata-se de uma nova esfera de minimalismo. Se você achava que a única forma de fazer isso era por meio do tom meio The xx e James Blake, ou até mesmo no estilo punk Ramones, ledo engano. Só escuta essa banda e você vai entender o que eu quis dizer (repare em como os instrumentos se mantêm durante quase toda a música).

Tenta essas: "Hard to be Close", "Make up your mind" e "How do I know".




Passo Torto - "Passo Elétrico"



Artista: Passo Torto
Álbum: Passo Elétrico
Ano: 2013
Produtor: Passo Torto
Parece com: Chico Buarque, Tom Zé, Battles e Dirty Projectors.

Comentários do blogger:

Um dos lançamentos nacionais mais badalados de 2013, Passo Torto não é nada fácil de ouvir. Os temas são sombrios, as harmonias complexas e os compassos quebrados. No meio dessa confusão, a influência de Chico Buarque nos versos é evidente e a liberdade de Tom Zé também pode ser percebida.

Ainda não estou convencido da genialidade que tanto falam por aí, mas acho que vale a pena escutar, nem que seja para saber do que estão falando por aí. 

Tenta essas: "Helena", "Símbolo Sexual" (essa é cara do Tom Zé, hehe), "O Buraco". O disco está disponível para download gratuito no site da banda, aqui, ó.



Revisite: Durutti Column - "LC"



Artista: Durutti Column
Álbum: LC
Ano: 1981
Produtor: Stew Pickering e Vini Reilly
Parece com: The xx, A Certain Ratio...mas é meio complicado apontar coisas lá muito parecidas.

Comentários do blogger:


Para o The xx chegar onde chegaram, com certeza eles tiveram que escutar essa banda aqui. Muito eco, reverb, baterias eletrônicas e texturas realmente impressionantes. Uma banda incrível para se ter como referência.

Uma curiosidade sobre esse álbum: ele foi lançado pela lendária produtora inglesa "Factory Records", a mesma que lançou Joy Division, New Order, Happy Mondays e criou a boate escândalo "Hacienda".

Tenta essas: "Sketch for Dawn (1)", "The Act Committed", "The Missing Boy".


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Pra começo de conversa...

E aí, tudo bom?

Então, esse não é mais um blog de notícias sobre música. Com o ~~advento da internet~~ (como diriam 99,9% de todos os artigos que mencionam a ~~rede mundial de computadores~~), ficar dando notícias é chato, repetitivo e, certamente, a NME já deu antes de você. Também não é um repositório de dados que tenta ser imparcial. O Last.fm tá aí pra isso, também.

A intenção aqui é ser parcial. É abrir um espaço pra conteúdo sobre música feito por quem gosta (e muito) da coisa. É falar o que pensamos, sem comprometimento com essa suposta ~~imparcialidade~~ desestimulante.

Isso não significa cercear o debate. Significa, sim, apresentar pontos de vista diferentes - antagônicos, às vezes.

Por fim, significa apresentar (ou reapresentar) coisas que gostamos e que sentimos que merecem ser conhecidas ou revisitadas.

Will be a hell of a ride.

Vamos nessa :)