sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Warpaint - "Warpaint"


Artista: Warpaint
Álbum: Warpaint 
Ano: 2014
Produtor: Flood
Parece com: Massive Attack, Beach House


Comentários do blogger:
Uma das maiores dificuldades em falar do segundo disco das garotas do Warpaint foi pensar em bandas parecidas. Foi difícil, inclusive, lembrar do primeiro disco (que, confesso, não dei muita atenção).

Com Warpaint, a evolução da banda é nítida. É possível ouvir ecos de Massive Attack nas atmosferas criadas e de Beach House no minimalismo adotado. Falando em minimalismo, a sacada de jogar os sintetizadores pro background e usá-los mais como ambiência se mostrou muito acertada.

A produção também foi certeira. Timbres de baixo impecáveis e atmosferas intrigantes, mas com um groove inesperado. Bem verdade que a segunda metade do album desacelera um pouco demais, mas nada que comprometa um disco tão bom. 

Tenta essas: "Love is to die", "Biggy", "Drive".


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Revisite: Outkast - "Stankonia"


Artista: Outkast
Álbum: Stankonia
Ano: 2000
Produtor: Earthtone III
Parece com: Kanye West, Eminem, A Tribe Called Quest.

Comentários do blogger: Pode não parecer, mas 2000 já foi há 14 anos. Olhando já com alguma perspectiva histórica e em face da volta do Outkast como headline no Coachella, vale a pena revisitar um dos álbuns mais influentes do hip-hop.

Sim, por introduzir uma roupagem pop ao gênero, que passou os anos 90 sem dominar as paradas como se percebeu nos anos 00 e atualmente. O que seus sucessores não absorveram foi a qualidade da produção, a sensibilidade de cada faixa e a continuidade da concepção de um álbum como peça única (e não somente um conjunto de música).

Obrigatório para quem gosta de hip-hop. Indicação fortíssima para quem quer começar a ouvir o gênero.

E sim, é a banda do "Hey Ya!" sim. Mas isso num tem nada a ver.

Tenta essas: "Ms. Jackson", "We luv deez hoes" e "Xplosion".


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

PEACE - "In Love"


Artista: PEACE
Álbum: In Love
Ano: 2013
Produtor: Jim Abiss
Parece com: Tame Impala, Stone Roses, Foals e Palma Violets.

Comentários do blogger: Considerado um dos lançamentos do ano, o álbum de estreia do PEACE é um suspiro de renovação do famoso rock inglês. Eles não ficam muito cheio de voltas e tentando inventar muito, como bons ingleses, eles simplesmente tocam.

Mas isso não quer dizer que PEACE seja mais uma banda de rock burro, daquele já desgastado "é rock'n'roll porra". Eles trabalham com timbres semelhantes ao Tame Impala, presença do Palma Violets e do Foals, e tem um quê romântico a la Stone Roses. Vale muito a pena.

Ah, e outra coisa bacana que eles fazem é usar mais de uma voz nas músicas; tem tempo que não vejo as bandas explorando essa parada de backing vocal.

Tenta essas: "California Daze", "Higher than the Sun" e "Lovesick".


domingo, 12 de janeiro de 2014

Akron/Family - "Akron/Family"

Artista: Akron/Family
Álbum: Akron/Family
Ano: 2005
ProdutorMichael Gira
Parece com: Fleet Foxes; Balmorhea; Do Make Say Think; Bill Callahan


Comentários:
Isso já faz algum tempo, mas me recordo da ocasião com uma rara nitidez. Acordei, sem sono nem disposição, num desses domingos abafados do verão brasiliense e, conduzida pelo hábito à frente do computador, pus-me a escutar alguma coisa dos Akron/Family, banda de que nunca ouvira falar, mas que por algum motivo jazia nos meus arquivos. Já na primeira faixa do álbum autointitulado, pimba!, fui fisgada.
Talvez esse seja o disco ao qual eu recorra com mais frequência nos momentos em que preciso me sentir distante da correria do mundo e livre da rotina de casa. É ele que me afasta do ruído dos automóveis lá embaixo, e também da voz fraterna contígua relatando a roupa caída do varal, o almoço sem sal, a toalha úmida em cima da cama.
Sim, o álbum tem um inequívoco matiz introspectivo, o que fica claro não só pelos arranjos, mas também pelas palavras, que merecem igual atenção. No mais, o intuito de classificá-lo em um gênero, a fim de situar o leitor, levou-me à remissão ao lo-fi e ao folk, mas não posso deixar de lembrar que, aqui, estão quase sempre presentes as experimentações e os improvisos.
Embora cada faixa tenha o seu charme particular, a análise do álbum como um todo me traz a impressão de que, da primeira à quinta faixa, opera-se uma lenta e gradativa tarefa de tornar o ouvinte mais leve, quiçá renovado. Ao chegar à sexta canção, Running, Returning, alcança-se enfim o ápice da obra, que me faz irremediavelmente invadida por uma sensação de libertação genuína - por isso, recomendo-a sem pestanejar aos afeitos a corridas ou pedaladas. Daí pra frente, o ouvinte é reconduzido, dessa vez já em um estado de espírito inteiramente distinto, a um segundo momento de renovação - diverso, pois, daquele produzido pelas faixas introdutórias. Finda a experiência, é como se fosse apertado o botão de reset.
Tenta essas: Pra começar, recomendo a já supracitada Running, Returning, e também Before and AgainLumenAfford.



sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Revisite: Pure Reason Revolution - "The Dark Third"




Artista: Pure Reason Revolution 
Álbum: The Dark Third 
Ano: 2006 
Produtor: Paul Northfield 
Parece com: Pink Floyd, Porcupine Tree e Muse


Comentários do blogger:
Deve ser fácil notar pelas bandas parecidas que falaremos de um disco de rock progressivo (inclusive, já estou pensando na cara de pasmo do Caique nesse momento). Mas não é um só um álbum esquecido, e sim um dos melhores discos do gênero lançados na última década. 

The Dark Third - referência ao terço de nossas vidas que passamos dormindo (menos se você fizer engenharia, dizem) -,produzido por Paul Northfield, que já trabalhou com gente como Rush, Porcupine Tree (na obra-prima In Absentia) e Dream Theater, se mostra brilhante do começo ao fim. O disco é rico em texturas sonoras que flertam com o eletrônico e com paisagem sonoras amplas, mas com um pé no rock alternativo atual (os riffs de Bullitts Dominæ e Bright Ambassadours of Morning não devem nada aos criados por Matt Bellamy). Para coroar tudo, a dupla de vocalistas Chloe Alper e Jon Courtney executa um trabalho nada menos que impecável de harmonias.

Mesclando o que há de mais moderno no prog com influências de clássicos do gênero, The Dark Third é um dos discos mais revolucionários lançados na última década - e que foi injustamente ignorado. Os lançamentos seguintes da banda seguiram em outra direção, mais eletrônica, mas, embora bem-sucedidos em suas propostas, não chegaram ao nível do debut. A banda, infelizmente, encerrou as atividades em 2011, mas The Dark Third merece ser conhecido por todos os amantes não só do gênero, mas de música.  

Um disco complexo e acessível ao mesmo tempo. Largue os preconceitos de lado e confira.

Tenta essas: "Bullitts Dominæ", "Goshen's Remains" e "Bright Ambassadours of Morning".


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Bosnian Rainbows - "Bosnian Rainbows"



Artista:
Bosnian Rainbows 
Álbum: Bosnian Rainbows 
Ano: 2013 
Produtor: Johann Scheerer 
Parece com: Beach House,Björk e PJ Harvey.


Comentários do blogger:
Das cinzas do The Mars Volta e do At The Drive-in, que tinha voltado para uma última turnê, apareceu esse projeto paralelo do guitarrista Omar Rodriguez-Lopez - e não poderia ter sido uma surpresa maior.

Quem esperava a porra-louquice progressiva do Mars Volta e as pirações do At The Drive-In se surpreendeu com um album que flerta com o dream pop, o indie e o rock alternativo, mesmo com a característica guitarra de Rodríguez-Lopez se fazendo muito presente. Aqueles que foram de cabeça aberta se deparam com um dos discos mais surpreendentes do ano, rico em texturas e composições fantásticas (Morning Sickness e Turtle Neck são duas das melhores músicas do ano, facilmente).

Um dos melhores discos de 2013 e que, infelizmente, passou quase despercebido. Dê uma chance e descubra.

Tenta essas: Worthless, Turtle Neck e Morning Sickness.

Here We Go Magic - "A Different Ship"




Artista:
Here We Go Magic
Álbum: A Different Ship
Ano: 2012
Produtor: Nigel Godrich
Parece com: The Maccabees, Radiohead, Bear in Heaven.

Comentários do blogger:
Essa banda com certeza é mais uma daquelas que não sabemos ao certo porque não é mais conhecida, ou porque não apareceu nas listas de melhores de 2012. Independente disso, ela é excelente e sempre recomendo aos meus amigos (até resenhei em blog de outrora).

Trata-se de uma nova esfera de minimalismo. Se você achava que a única forma de fazer isso era por meio do tom meio The xx e James Blake, ou até mesmo no estilo punk Ramones, ledo engano. Só escuta essa banda e você vai entender o que eu quis dizer (repare em como os instrumentos se mantêm durante quase toda a música).

Tenta essas: "Hard to be Close", "Make up your mind" e "How do I know".




Passo Torto - "Passo Elétrico"



Artista: Passo Torto
Álbum: Passo Elétrico
Ano: 2013
Produtor: Passo Torto
Parece com: Chico Buarque, Tom Zé, Battles e Dirty Projectors.

Comentários do blogger:

Um dos lançamentos nacionais mais badalados de 2013, Passo Torto não é nada fácil de ouvir. Os temas são sombrios, as harmonias complexas e os compassos quebrados. No meio dessa confusão, a influência de Chico Buarque nos versos é evidente e a liberdade de Tom Zé também pode ser percebida.

Ainda não estou convencido da genialidade que tanto falam por aí, mas acho que vale a pena escutar, nem que seja para saber do que estão falando por aí. 

Tenta essas: "Helena", "Símbolo Sexual" (essa é cara do Tom Zé, hehe), "O Buraco". O disco está disponível para download gratuito no site da banda, aqui, ó.



Revisite: Durutti Column - "LC"



Artista: Durutti Column
Álbum: LC
Ano: 1981
Produtor: Stew Pickering e Vini Reilly
Parece com: The xx, A Certain Ratio...mas é meio complicado apontar coisas lá muito parecidas.

Comentários do blogger:


Para o The xx chegar onde chegaram, com certeza eles tiveram que escutar essa banda aqui. Muito eco, reverb, baterias eletrônicas e texturas realmente impressionantes. Uma banda incrível para se ter como referência.

Uma curiosidade sobre esse álbum: ele foi lançado pela lendária produtora inglesa "Factory Records", a mesma que lançou Joy Division, New Order, Happy Mondays e criou a boate escândalo "Hacienda".

Tenta essas: "Sketch for Dawn (1)", "The Act Committed", "The Missing Boy".


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Pra começo de conversa...

E aí, tudo bom?

Então, esse não é mais um blog de notícias sobre música. Com o ~~advento da internet~~ (como diriam 99,9% de todos os artigos que mencionam a ~~rede mundial de computadores~~), ficar dando notícias é chato, repetitivo e, certamente, a NME já deu antes de você. Também não é um repositório de dados que tenta ser imparcial. O Last.fm tá aí pra isso, também.

A intenção aqui é ser parcial. É abrir um espaço pra conteúdo sobre música feito por quem gosta (e muito) da coisa. É falar o que pensamos, sem comprometimento com essa suposta ~~imparcialidade~~ desestimulante.

Isso não significa cercear o debate. Significa, sim, apresentar pontos de vista diferentes - antagônicos, às vezes.

Por fim, significa apresentar (ou reapresentar) coisas que gostamos e que sentimos que merecem ser conhecidas ou revisitadas.

Will be a hell of a ride.

Vamos nessa :)